FACC/UFRJ, VIII Congresso Nacional de Administração e Contabilidade - AdCont 2017

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Pluralidade, Negociação e Construção Social do Passado: A ANTi-History como Método Histórico de Pesquisa em Administração
Renata Quelha, Alessandra Sá Mello Costa

Última alteração: 2017-09-02

Resumo


O presente ensaio teórico busca refletir sobre o potencial de contribuição para pesquisas na área de Administração do emprego do método histórico como processo de coleta e análise de dados a partir do arcabouço epistemo-metodológico da Teoria Ator-Rede Histórica (ANTi-History). Esta teoria apresenta argumentos para romper com conceitos estáticos de passado e história, conferindo um caráter mais fluido, mutável e relacional à produção de conhecimento sobre o passado. Ao considerar que não existe uma única e verdadeira maneira de conhecer o passado e que, portanto, a História é múltipla, a Teoria Ator-Rede Histórica se propõe a contar uma das versões possíveis a partir das associações e movimentações realizadas pelos atores identificados no quadro de análise do fenômeno (DUREPOS, 2009; DUREPOS e MILLS, 2017). Considerando que um dos aportes teóricos adotados para a elaboração da abordagem ANTi-History é a Teoria Ator-Rede (TAR), o artigo também apresenta os principais fundamentos e princípios da TAR e da ANTi-History de modo a contribuir para uma melhor compreensão de seu potencial ontológico, epistemológico e metodológico no estudo de fenômenos em Estudos Organizacionais. A partir da premissa de que todo conhecimento sobre o passado é coletivo, parcial e distribuído através de uma rede de conexões de elementos heterogêneos (DUREPOS, 2009), a construção do conhecimento per se ocorre através de movimentações sócio-políticos de negociação, atração de interesses e translação de atores-rede. Portanto, pode-se argumentar que o conhecimento é sempre parcial, situado e posicionado, sendo influenciado pelas circunstâncias e contexto em que é constituído. Embora considerada um aporte interessante e com potencial de contribuição para os Estudos Organizacionais, há poucos trabalhos teóricos ou empíricos desenvolvidos com base na Teoria Ator-Rede Histórica, o que indica um espaço ainda pouco explorado com oportunidades para estudos futuros no meio acadêmico brasileiro.