A presente comunicação refere-se a um projeto de pesquisa cujo objetivo geral é testar se há relação entre as práticas de governança aplicadas ao setor público e a redução de desperdício de recursos municipais. Para isto já foram identificadas na literatura, de forma primária, algumas proxies para práticas de governança pública e de desperdício de recursos públicos, este último classificado nesta pesquisa como corrupção (desperdício ativo) e ineficiência (desperdício passivo). Buscando a parcimônia dos dados, será realizada uma análise fatorial para encontrar os fatores que melhor representem as práticas de governança pública municipal para, a partir daí, testar a relação destes fatores com o desperdício de recursos. A maioria das pesquisas que tratam sobre governança pública e corrupção, sejam elas nacionais ou internacionais, o fazem no campo teórico ou através de estudos de caso ou pesquisas sobre a percepção de determinados atores acerca do assunto, assim surge a necessidade de realizar um estudo empírico sobre os temas, baseado em dados objetivos e que estejam disponíveis a sociedade em geral. Além disto, o trabalho também se diferencia por abordar a questão da ineficiência, que passa muitas vezes despercebida em estudos acadêmicos mas que pode ser a responsável pelo desperdício de vultuosas quantias de recursos públicos, tendo-se por base o estudo realizado por Bandiera, Prat e Valletti (2009), que identificaram que do total de desperdício de recursos públicos na aquisição de bens na Itália, 83% corresponde a ineficiência. Com isso pretende-se saber se as práticas de governança pública podem agir como mitigadoras do conflito de agência entre gestores públicos (agente) e população (principal).