FACC/UFRJ, IV Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis - AdCont 2013

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Assédio Moral em Organizações Militares.
Marcos Fábio Coelho, Isabel Balloussier Cerchiaro

Última alteração: 2014-05-26

Resumo


No mundo atual em que se evidencia um ritmo acelerado, relacionado às mudanças e evoluções tecnológicas, permeadas pela necessidade de adaptação humana num contexto organizacional, não há tempo para fazer novos vínculos ou estar solidário ao outro, os interesses individuais prevalecem sobre os coletivos, o diálogo entre os membros das organizações está cada vez mais empobrecido. A partir desta idéia, o autor contribui para o presente estudo no que tange ao processo de transformação relativo à precarização e a fragmentação dos “laços humanos” nas diferentes esferas sociais, marcadas pela solidão nas relações autônomas. Este estudo objetivou identificar as práticas de assédio moral em instituições militares, bem como a repercussão sobre o bem estar físico e psicológico de funcionários civis e militares. Para tal, foi realizado o levantamento de dados por meio de sete entrevistas abrangendo funcionários de diferentes gêneros e níveis hierárquicos. Os dados foram analisados pelo método de análise de conteúdo por categorias. Durante a pesquisa foi possível detectar que a naturalização do poder, bem definido nas hierarquias, favorece as práticas de assédio moral. Na relação entre o dominante e o dominado, os discursos estabelecidos mostraram que a desqualificação do assediado acabava por fortalecer ainda mais o assediador. Estes foram analisados resultando em cinco categorias: adaptação, naturalização do poder, desqualificação, sentimentos e sintomas; das quais se extraiu subcategorias. Assim sendo, esse estudo é relevante para o campo da administração, no que diz respeito à gestão e à qualidade de vida no trabalho. Devido esta estrutura hierárquica rígida e incontestável, o poder já está naturalizado nestas instituições; ficando assim, muito difícil coibir o assédio moral nas organizações militares. Não há preocupação com a qualidade de vida do trabalhador, este muitas vezes “apaga” sua subjetividade para ser um mero executor de tarefas de “prancheta debaixo do braço e sorriso no rosto”.


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