FACC/UFRJ, V Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis - AdCont 2014

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O DISCURSO DA MÍDIA DE NEGÓCIOS – UMA ANÁLISE CRÍTICA
Bruno Cezar Gomes, Márcia Constância Gomes

Última alteração: 2014-09-05

Resumo


Este estudo pretende investigar de que forma as revistas de negócios, em especial as associadas ao Instituto Great Place to Work – GPTW (no caso brasileiro, a revista Época) ajudam a validar o discurso do melhor lugar para se trabalhar. A leitura atenta dos discursos publicados na revista pelos CEOs das “melhores companhias para se trabalhar” revelaram alguns argumentos interessantes que foram agrupados em categorias operatórias de análise dos dados para esta pesquisa. O tema gira em torno do “trabalho” e adotamos o sentido de trabalho que nossa cultura moderna tem definido, como sendo o tempo trocado em forma de dinheiro pelas horas produzidas. As relações de trabalho são mediadas pelo uso do poder que vem se modificando, e o poder autoritário ou coercitivo agora se apresenta de modo quase invisível, sendo mais facilmente tolerado. Nas publicações sobre a empresa, observamos um perfil simples e resumido, mas fica nas “entrelinhas” a impressão de que os critérios adotados para a entrada de novos empregados estão relacionados à possibilidade de eles contribuírem com o melhor clima organizacional, e para que se sintam ou achem que são felizes e produtivos. O foco é totalmente na empresa e não no funcionário. A análise dos dados presentes nos discursos veiculados pela mídia de negócios formou três categorias principais: O “cego apaixonado”, o “super-herói” e a “pequena engrenagem”. As categorias analisadas revelaram que os discursos são repletos de argumentos para que os empregados desenvolvam “rotinas defensivas” que protegem seus vínculos de trabalho, inibindo-os de considerar quaisquer alterações – mesmo aquelas que melhorariam sua posição atual.

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