FACC/UFRJ, VII Congresso Nacional de Administração e Contabilidade - AdCont 2016

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Tudo que os Bens Contam Sobre Nós: Um estudo Sobre a Identidade da Família Monoparental Feminina e a Sua Relação Com a Cultura Material
Andre Barros Henrique, Severino Joaquim Nunes Pereira

Última alteração: 2016-10-29

Resumo


Nas ultimas décadas o modelo de família patriarcal têm apresentado uma redução significativa de ocorrências no Brasil, enquanto que arranjos familiares monoparentais compostos pela exclusiva liderança da mulher apresenta crescimento constante (IBGE, 2015; LEONE et al 2010; COSTA & MARRA, 2013; SCHIMANSKI & PEREIRA, 2013). Nesse cenário, é possível caracterizar a separação matrimonial e o falecimento do cônjuge como dois dos propulsores diretos na transição de família patriarcal para monoparental (FRANCO, 2000). É nesse sentido que os bens possuem a capacidade de funcionar como caminho para a criação de identidade familiar, evidenciando as interações e reformulações existentes na família (EPP & PRICE, 2008; COMMURY & GENTRY, 2000; MILLER, 2010; CASSOTI & SUAREZ, 2015). Diante disso, a presente pesquisa buscou investigar como a mulher da família que se torna monoparental utiliza a cultura material para minimizar e enfrentar os efeitos causados pela separação ou falecimento do cônjuge durante a criação dos filhos e reorganização do lar. E, de que forma essa objetificação dos bens materiais podem auxiliar na construção de uma identidade da família chefiada pela mulher. A coleta de dados foi realizada através de entrevista em profundidade com 6 mulheres chefes de famílias residentes na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. No tratamento dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, denominando-se previamente uma categoria principal chamada de “materialidade familiar”, composta de três subcategorias que surgiram durante o transcorrer das entrevistas. As três subcategorias de análise foram: i) casa; ii) alimentos; iii) tecnologia. Os resultados mostraram que essas propriedades materiais formam parte de uma cultura que não apenas significa, mas também modifica seus próprios usuários através de seu uso cotidiano, materializando a segurança, o cuidado e o lazer familiar, servindo como um criador de vínculos entre a mãe e seus progenitores.

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