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Organização Política, Burocracia e Plataformas Digitais: Coletivos Midiativistas no Facebook
Marcelo Castañeda de Araujo

Última alteração: 2019-11-06

Resumo


Analisa coletivos midiativistas cujas práticas se baseiam na plataforma digital Facebook e que buscam constituir um contrapoder em relação às estratégias de organizações da mídia corporativa. O objetivo é entender práticas desempenhadas pelos coletivos midiativistas em plataformas digitais, procurando caracterizar a constituição de modos de organização política que se relacionam com a presença ou ausência de algum tipo de burocracia, bem como perceber aberturas e fechamentos viabilizados pela mediação do Facebook. Utilizando metodologia qualitativa, contou com entrevistas em profundidade com integrantes dos coletivos Mídia Ninja, Mariachi e Mídia Independente Coletiva, além de observação participante em manifestações de rua na cidade do Rio de Janeiro e em páginas destes coletivos midiativistas no Facebook. Apresenta o conceito de burocracia nas organizações em um contexto global de mudanças no mundo do trabalho a partir dos anos 1970, o surgimento dos sites de redes sociais e plataformas digitais a partir dos anos 1990 e dos movimentos sociais em uma sociedade global em rede, como lente para interpretar os coletivos midiativistas que se configuram a partir de práticas como transmissões por streaming ao vivo e compartilhamento de fotos, vídeos, links de notícias ou eventos que circulam no Facebook. Constata a concentração de ações nessa plataforma digital, o que pode ser considerado como armadilha organizacional e política, pois, dependendo do contexto, esta pode oferecer possibilidades de abertura ou fechamento dos coletivos midiativistas ao longo do tempo. Apresenta limites e possibilidades de organização dos coletivos midiativistas em relação à mídia corporativa, em especial quando seus modos de organização se desenvolvem no Facebook, uma plataforma digital corporativa que apresenta brechas para a ação política sob novos controles, traduzindo um padrão hegemônico capitalista contemporâneo que realça a importância de contar ao menos com uma burocracia flexível para que a estrutura organizacional se sustente.


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