O mercado de ações não é um mercado blindado e isolado dos fatos sociais, políticos e econômicos, é um mercado sensível aos acontecimentos do cotidiano e traduz através da volatilidade as suas percepções. Em dezembro de 2019, a Organização Mundial de Saúde foi comunicada sobre o novo coronavírus, e bastou pouco tempo para ser decretado o estado de pandemia. Conforme as notícias foram ganhando as mídias, os mercados foram sentindo os efeitos deste novo cenário. O presente trabalho tem como objetivo identificar quais foram os impactos da pandemia do COVID-19 no mercado brasileiro de ações. Neste cerne, foi levantada uma hipótese. H1: houve queda nos valores de mercado das ações listadas na B3 como consequência da pandemia. Para tanto, foi levantado o comportamento do índice Ibovespa da B3, a bolsa brasileira, através de seu gráfico. Também foi verificada a variação nos resultados da receita líquida e do lucro líquido de algumas empresas componentes do Ibovespa, dos setores de consumo (shopping), energia e transporte aéreo, antes e durante a pandemia. Para proporcionar uma visão mais ampla, além do índice Ibovespa, foi verificado o comportamento do dólar, que tem correlação negativa a do Ibovespa, indicando a saída de recursos do mercado de ações. As informações do avanço da pandemia do COVID-19 são mostradas, utilizando-se para isso o seu gráfico de expansão das contaminações e mortes no Brasil, entrelaçando estes dados com os do mercado de ações. O estudo compreendeu o último trimestre do ano de 2019, momento em que a COVID-19 ainda não havia afetado o mercado interno e os balanços das empresas, até o final do primeiro trimestre de 2020, onde o acompanhamento da pandemia já tinha números oficiais no Brasil. Como resultado, confirmou-se a hipótese da queda dos valores de mercado das ações listadas na B3 como consequência da pandemia.