Em um cenário repleto de problemas complexos em que as práticas de gestão são tratadas de forma instrumental e reificada, como se não fossem criações humanas, e, portanto, eivadas de complexidade, neste artigo a proposta é refletir sobre a necessária – mas infelizmente ainda pouco concretizada – questão das diferenças na formação em Administração. Com foco teórico-empírico, o texto teoricamente apresenta o papel da técnica na formação em Administração, uma problematização dessa perspectiva e, por fim, defende uma formação crítica e reflexiva, o que inclui a questão das diferenças. Em seguida relata uma bem-sucedida experiência em uma universidade pública brasileira em que foram formados simultaneamente doutorandos, mestrandos e graduandos em Administração com ênfase na questão das diferenças. Essa experiência é apresentada em termos metodológicos, experienciais e analíticos, o que permite tecer considerações mais amplas não apenas sobre a prática pedagógica em si, como seus efeitos para os envolvidos e os ganhos potenciais de uma formação reflexiva para todos os envolvidos.