A designação de mulheres para cargos de gestão universitária ainda é algo desafiador no Brasil. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo geral identificar como as mulheres têm enfrentado os desafios da gestão em uma universidade pública federal. Para dar suporte a essa pesquisa, utilizou-se o referencial teórico sobre a mulher e o trabalho, a mulher e a liderança e, a gestão universitária. A pesquisa realizada teve orientação qualitativa. Para a coleta de dados, foram entrevistadas vinte gestoras de uma universidade federal, sendo adotado um roteiro semiestruturado investigando as experiências vivenciadas pelas participantes no exercício de cargos de liderança. Como principais resultados encontrados, nota-se que não há um preparo para as gestoras ao assumirem os cargos de gestão na universidade. Essa falta de preparo impacta na credibilidade das líderes perante os demais colegas, e ocasiona em uma maior sobrecarga de tarefas, a qual se agrava pelo fato de lidarem com atividades como a maternidade, casamento, família e atividades domésticas. Além disso, nota-se que ainda há discriminação de gênero no ambiente profissional, no qual costumam ser questionadas e colocadas em teste constantemente. Entende-se que as gestoras tendem a ter um esforço maior na função, devido à necessidade de argumentação para serem ouvidas. Espera-se que este estudo possa contribuir para a gestão universitária ao pontuar os maiores desafios enfrentados pelas gestoras no exercício de sua função. Além disso, acredita-se que o presente trabalho possa contribuir para conscientização dos docentes quanto à discriminação de gênero ainda existente e principais dificuldades vivenciadas pelas mulheres.