Prédio: Universidade Estácio de Sá
Sala: Sala 3
Data: 2012-10-10 04:30 – 05:00
Última alteração: 2012-09-24
Resumo
Uma “prolongada e profunda negligência” pela cultura material foi apontada por McCraken (1986), afirmando que é “duplamente estranho que o estudo dos bens na construção de si mesmo e do mundo” tenha sido relegado a um segundo plano. Neste sentido, como ressalta Gofton (1986 apud CAMPOS, CASOTI & SUARES, 2006), é possível perceber que o sociológo não se dedicou com frequência ao estudo desta temática. É a antropologia quem inaugura os estudos sobre consumo no Brasil (ROCHA & ROCHA, 2007). Mas, as duas últimas décadas representam um momento de uma “revolução silenciosa” nos estudos sobre o consumo. As compreensões em torno deste fenômeno foram ampliadas de uma visão puramente econômica e utilitarista do comportamento do consumidor, para uma visão que reconhece a importância dos aspectos culturais como centrais para explicar o surgimento e a consolidação da moderna sociedade de consumo. Este ensaio teórico tem o intuito de contribuir para o debate em torno das questões culturais que deram origem a atual sociedade de consumo, buscando novos contributos na sociologia. Portanto, tem como objetivo discutir os limites e as possibilidades da teoria weberiana para a análise do consumismo moderno. Neste sentido, faz uma leitura da obra de Weber, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, contrastando-a com a obra de Campbel, “A Ética Romântica e o Espírito do Consumismo Moderno”. A escolha deste autor para dialogar com Weber, sobre este tema, se dá pelo fato de que, Campbell não somente faz uma crítica a Weber, mas, sobretudo, faz uso do método weberiano, o que possibilita colocar em evidência as possibilidades e os limites weberianos para a análise da sociedade de consumo. Campbell amplia a análise do protestantismo, mostra as bases para o surgimento de outra ética, e aponta uma relação complementar entre a ética protestante e a ética romântica.