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Emancipando a Produção do Conhecimento: o Ensino da Epistemologia Crítica
Prédio: Universidade Estácio de Sá
Sala: Sala 2
Data: 2012-10-09 05:30 – 06:00
Última alteração: 2012-09-23
Resumo
Alguns autores nacionais (ex: Bertero, 2003; Davel e Alcadipani, 2003) qualificam a produção acadêmica brasileira em administração como acrítica e assinalam que esta reproduz conhecimento estrangeiro sem a devida reflexão. Com isso, ainda segundo estes autores, temos uma produção acadêmica que não reflete a nossa realidade e que não espelha nosso contexto sócio-histórico. Problematizar e criticar o conhecimento que recebemos pronto certamente não é o primeiro caminho comumente praticado para se atingir um novo patamar no conhecimento e na pesquisa em administração no Brasil. A partir destas reflexões buscamos desenvolver técnicas de ensino em sala de aula que propiciassem desmistificar a epistemologia crítica e a praticar o ensino da crítica pela própria crítica. Procuramos discutir com os alunos as diferentes correntes que compõem a epistemologia crítica: teoria crítica, pós-estruturalismo e critical management studies. Procuramos ainda estimular o interesse pelos autores críticos nacionais como Guerreiro Ramos e Maurício Trattengberg que desenvolveram suas pesquisas de forma independente das atuais correntes críticas internacionais. Aplicamos as técnicas de ensino em sala de aula de forma que os alunos procurassem questionar a quem interessa o conhecimento que se produz e se replica. Enfatizamos o fato de que as diferentes perspectivas da epistemologia crítica preconizam que teoria e prática estão intimamente ligadas e que devem conduzir a uma transformação social, que pode se dar até mesmo através do engajamento na política. A aplicação das técnicas descritas neste artigo proporcionou momentos de ampla participação e engajamento de todos os alunos, bem como momentos de reflexão. Esperamos, assim, contribuir para que se possa produzir conhecimento de e a partir de nosso contexto e que possa levar a uma transformação social, e não produzir extensas revisões de literatura estrangeira de forma acrítica e descontextualizada em busca de um gap que leve à próxima publicação.
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