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A indústria automobilística tem sido, para diversas pesquisas na área de estudos organizacionais, referência no que diz respeito à organização da produção e do trabalho industrial. A influência das novas tecnologias, das transações comerciais em nível global e dos arranjos com os fornecedores são alguns dos principais elementos discutidos na literatura. A fim de mitigar incertezas e se assegurar a competitividade em um segmento industrial notadamente instável do ponto de vista mercadológico, os atores do segmento têm ensaiado uma convergência de práticas organizacionais. Esse cenário tem reforçado a tese de que está em curso nesta indústria um mimetismo profissional, imbricado em discursos gerenciais que sublinham a similaridade estrutural nas fábricas de veículos. Sendo assim, o presente ensaio busca problematizar o debate em torno das práticas isomórficas no setor automotivo, que se caracteriza pela presença de organizações multinacionais. As indicações teóricas sinalizam a presença de características cada vez mais homogêneas entre os competidores, identificadas nos rituais operacionais, no compartilhamento de fábricas e de plataformas de automóveis, e na ampliação dos mecanismos de controle sobre fornecedores. Tendo em vista o contexto surgido após a crise global de 2008, considera-se importante a retomada desta temática em um segmento industrial representativo para a economia brasileira.