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Inserção internacional de Angola: intervenções e interferências externas e suas implicações para governança e gestão pública
Última alteração: 2016-10-28
Resumo
Este ensaio objetiva descrever as intervenções e interferências externas em Angola desde a independência em 1975, com propósito de destacar as implicações em termos de governança e gestão pública. As intervenções da Organização das Nações Unidas (ONU) focadas nas resoluções do conflito armado, e, as interferências do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco mundial (BM) em termos de transferência de políticas para a construção de mecanismos de governança e gestão pública não produziram os resultados esperados. As intervenções da ONU foram vistas como sucessivos fracassos desde 1988, inclusive nas primeiras eleições diretas em 1992 e na eclosão da longa guerra civil. As missões foram condicionadas pelos interesses das potências mundiais, dentro das suas estratégias de política externa e economia política da exploração do petróleo. Em 2000, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estabeleceu escritório em Angola com quatro áreas prioritárias: (a) redução da pobreza, (b) governança democrática, (c) prevenção e recuperação de crises, (d) desenvolvimento sustentável. Em paralelo, as interferências do FMI e do BM se depararam com resistência por parte do governo angolano em temas como a abertura da economia ao mercado internacional, a melhoria da transparência das contas da indústria petrolífera, o programa de redução da pobreza e o fortalecimento das instituições políticas. Em conjunto, estas sucessivas tentativas de influências e soluções externas resultaram na fraca governança e gestão pública que o governo de Angola ainda luta para superar no presente
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