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Na economia brasileira, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) destacam-se por representar 90% das empresas e 60% da carga tributária e da geração de emprego e renda (PEREIRA, 2017). No entanto, 23,4% das empresas criadas em 2012 não sobreviveram por dois anos (SEBRAE, 2016). A alta taxa de mortalidade das MPEs tem sido alvo de estudos no meio acadêmico, contudo, pouco se pode afirmar sobre a relação existente entre a contabilidade, a formação acadêmica do profissional, a consultoria e a sobrevivência das MPEs. Desta forma, o presente estudo objetivou caracterizar a consultoria contábil oferecida às MPEs, de forma a auxiliar estas empresas na manutenção de suas atividades e, consequentemente, no aumento de sua sobrevivência. Foram realizadas 12 entrevistas semiestruturadas com profissionais representantes de escritórios contábeis, e a análise dos dados captados nas entrevistas se deu através de técnicas de análise de conteúdo. Os resultados encontrados demonstraram o perfil dos contadores, dos escritórios de contabilidade e dos clientes MPEs, bem como os serviços, a maneira e as dificuldades enfrentadas na prestação da consultoria contábil. Além disso, apontaram as 06 principais causas dos altos índices de mortalidade enfrentados pelas MPEs na visão dos entrevistados, quais sejam: burocracias relativas ao mercado; dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas; alta carga tributária; incapacidade de gestão do empreendedor; situação econômica do país; e mudança de ramo e/ou porte da entidade. Ainda, de acordo com o exposto pela literatura e em conjunto com os resultados obtidos por intermédio das entrevistas, observou-se que estes índices podem ser amenizados através da prestação do serviço de consultoria contábil, principalmente no que tange ao planejamento prévio, antes da abertura da empresa.