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Defende-se que a pesquisa sobre sentido do trabalho junto à população jovem tenha grande relevância, por oferecer um panorama da tendência de desenvolvimento do mercado laboral. Todavia, é destacada uma lacuna teórica referente à diversidade socioeconômica dos jovens consultados. Pesquisadores argumentam que boa parte dos estudos deste tema concentra-se em jovens de estratos sociais privilegiados – aspirantes, alunos, ou egressos do Ensino Superior. No Brasil, dada a acentuada desigualdade social, onde mais da metade da população tem no máximo o Ensino Fundamental completo, tal grupo representa uma minoria da força de trabalho jovem. Na intenção de contribuir para um melhor entendimento do conceito na realidade brasileira, este artigo tem como objetivo compreender a dotação de sentidos ao trabalho entre jovens de classes populares. Com base na análise de conteúdo das 12 entrevistas em profundidade realizadas no Centro do Rio de Janeiro, é possível afirmar, em linhas gerais, que os jovens de classes populares, a partir de suas vivências familiares, das rotinas do cotidiano laboral e da religião, têm no trabalho um meio para a satisfação das necessidades referentes ao próprio sustento material, carregado de um forte teor moral e que, por vezes, pode ser uma atividade prazerosa.