Última alteração: 2019-11-07
Resumo
Após anos de estudos sobre os fatores que explicam a estrutura de capital, ainda são raros os que incluem os tributos como variáveis independentes. Nesse cenário, esta pesquisa objetivou analisar a influência da agressividade tributária sobre política de financiamento das empresas brasileiras, através de uma amostra de 229 organizações brasileiras não financeiras de diversos setores listadas na B3, no período de 2010 a 2017. A técnica estatística utilizada foi o Método dos Momentos Generalizados (GMM) por ser a mais indicada na presença de endogenia. As evidências sugerem que a liquidez, rentabilidade e lucratividade se relacionam negativamente com a estrutura de capital, demonstrando uma possível hierarquização da política de endividamento, com preferência inicial pelo uso de recursos internos. Salienta-se que em tempos de crise, as empresas tendem a reduzir os endividamentos de longo prazo e total, fato que pode ser explicado pela predisposição das empresas de reter caixa ou emitir ações para não se comprometerem com custos potencialmente mais elevados presentes em tais momentos. A principal contribuição do estudo se refere à evidenciação da relação, seja positiva ou negativa, das proxies de agressividade fiscal com a política de endividamento, sugerindo empiricamente tais variáveis como determinantes capazes de impactar no processo de tomada de decisão quanto à estrutura de capital das organizações.