Este artigo analisou a relação existente entre a percepção de integração tecnológica e o nível de aprendizagem discente a partir de um estudo realizado junto a estudantes de cursos presenciais de Ciências Contábeis, sendo 287 do Brasil e 236 de Angola. Foi empregada abordagem exploratória-descritiva e quantitativa com o objetivo de testar duas hipóteses: (a) existência de relação entre a percepção de integração tecnológica e o nível de aprendizagem percebida pelo discente em Contabilidade; (b) existência de diferenças na relação entre nível de aprendizagem e percepção de integração tecnológica quando comparados os estudantes brasileiros e angolanos que utilizaram muito ou poucos recursos tecnológicos durante o processo de ensino-aprendizagem. Os resultados evidenciaram maior presença de ferramentas da TIC no processo de ensino-aprendizagem na realidade brasileira, e o uso de pouco ou nenhum recurso tecnológico pelos estudantes angolanos, trazendo indagações sobre o fato de o processo formativo em Angola muito se distanciar do exigido pelo mercado na atualidade. A primeira hipótese do estudo foi aceita, sendo destacada a percepção de integração tecnológica como uma variável relevante no processo educacional. Verificou-se que não existem diferenças no nível de aprendizagem quando realizada a comparação entre países. Conclui que quanto maior a integração do discente com o uso de recursos tecnológicos, melhores são os níveis percebidos de aprendizagem, revelando estes como ferramenta de apoio ao processo de ensino-aprendizagem, embora não sejam, totalmente suficientes para caracterizá-la. Apesar de ser a integração tecnológica um fator importante para na aprendizagem outras possíveis variáveis (infraestrutura tecnológica e acessibilidade, metodologias de ensino, comprometimento discente) presentes no processo de ensino-aprendizagem podem ter influência sobre a aprendizagem percebida.