O mercado de trabalho vivencia profundas mudanças nas relações de emprego. Ao analisar os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), durante uma década o objetivo da pesquisa consistiu em identificar o perfil do emprego para o auxiliar contábil, um cargo de inserção na profissão contábil em comparação ao analista contábil, contador, perito e auditor presentes na família ocupacional 2522, da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações). A análise longitudinal da RAIS permitiu considerar as variações nas características de gênero, faixa etária, grau de escolaridade, tempo de serviço e rendimentos, desagregados em nível ocupacional, geográfico e setorial dos auxiliares de contabilidade e dos contadores pelo período de 2006 a 2016. Pelos resultados, predomina o gênero feminino para os auxiliares de contabilidade. Referente à distribuição territorial, é percebida uma concentração na região Sudeste sempre superior a 50%, e um crescimento do número de cargos na região Sul. O tempo de emprego é uma variável que está associada ao aumento da média salarial assim como o vínculo com o setor público. O tamanho do estabelecimento registra peculiaridades para a remuneração, pois organizações com o número de vínculos entre 100 e 499 empregados ofertam salários médios mais interessantes, seguido das empresas acima de 1.000 funcionários em contraponto às empresas com menos de 50 funcionários que registram a menor média salarial. Quando comparados os dados dos auxiliares com analistas, contadores, peritos e auditores, observa-se a tendência da área profissional quanto ao reconhecimento salarial, além do aumento de vínculos empregatícios. As variáveis - tempo de vínculo, tamanho do estabelecimento e natureza jurídica - impactam a média salarial, além da localização geográfica do profissional. Referente à natureza jurídica, tanto o auxiliar de contabilidade quanto o contador recebem maior remuneração no serviço público, seguido pelas empresas privadas e pelas entidades sem fins lucrativos.