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Aliança para o Progresso, Geopolítica do conhecimento e o Ensino de Administração no Brasil: o caso CEPAL
Última alteração: 2019-11-07
Resumo
A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) teve atuação ininterrupta no Brasil, a partir de 1953, com a formação do Grupo Misto CEPAL-BNDE, liderado por Celso Furtado como diretor de desenvolvimento dessa agência da Organização das Nações Unidas. Esse grupo promoveu estudos que embasaram políticas públicas voltadas para o desenvolvimento, e que foram secundados por cursos de pós-graduação promovidos para os gestores envolvidos com a elaboração e implementação dessas políticas. O conteúdo ministrado nesses cursos estava baseado nos pressupostos teóricos da CEPAL que desafiavam a universalidade das teorias produzidas no centro, e que reconheciam a centralidade das organizações do estado e de seus gestores na promoção do desenvolvimento. Na década de 1960, com o lançamento da Aliança para o Progresso (ALPRO) pelo governo dos EUA, a agenda da CEPAL para a América Latina foi cooptada e sua execução foi entregue a organismos controlados pelo governo estadunidense, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID). O objetivo desse trabalho é desvendar o processo de encobrimento pelo qual passou a CEPAL. Buscou-se evidenciar que a ALPRO se tornou um veículo legítimo para intervenção na produção e disseminação de conhecimento, e teve na Fundação Getúlio Vargas (FGV) comandada por Luís Simões Lopes o principal instrumento de geopolítica do conhecimento no processo de encobrimento da CEPAL.
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