Última alteração: 2020-08-03
Resumo
Este artigo descreve os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo analisar a relação entre a qualidade da informação contábil (QIC) e seus determinantes de desempenho econômico-financeiro em operadoras de planos de saúde privados (OPS) no Brasil. Foram analisados os dados financeiros de OPS relativos ao período de 2008 a 2017. A análise contemplou as três especificidades das operadoras: modalidade, portes e cobertura. Para análise da QIC foram calculadas quatro medidas individuais (qualidade dos accruals, persistência, previsibilidade e alisamento dos resultados) para cada operadora, que foram utilizadas para a composição do ranking (ou medida agregada) da QIC, definido como variável dependente dos modelos de análise empregados na pesquisa. As variáveis independentes foram definidas a partir de indicadores do desempenho econômico-financeiro das operadoras, tendo o conjunto final dessas variáveis sido selecionado pelo método de regressão stepwise. Os resultados dos modelos demonstram que segregar as análises das operadoras por porte e por modalidade é mais determinante para explicar a QIC. Constatou-se que a segregação por cobertura não tem relação significativa com a QIC. Em relação ao desempenho econômico-financeiro, os modelos de análise que mais influenciam a QIC são aqueles específicos para as OPS de portes pequeno e médio, das modalidades autogestão e cooperativa médica e da cobertura médico-hospitalar. Os resultados mostram que as variáveis explicativas do desempenho econômico-financeiro mais determinantes para explicar a QIC são endividamento (END), composição do endividamento (CE), despesas de comercialização (DC) e imobilização do ativo (IMOB). Conclui-se que a QIC é influenciada positivamente pelo desempenho econômico-financeiro das OPS, em especial pelas variáveis determinantes END, CE e DC. Constatado ainda que a variável determinante IMOB, nos modelos específicos para as modalidades, tem influência negativa na QIC.