Última alteração: 2019-11-07
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar se as empresas brasileiras gerenciam seus impostos de forma convergente aos princípios que norteiam a responsabilidade social e a ética empresarial. Para esse fim, foram examinados os relatórios de sustentabilidade das cinco maiores empresas brasileiras de construção civil, reportados no período entre 2008 e 2018. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória que utiliza como abordagem conceitual a Análise de Conteúdo (Bardin, 2018) e como ferramenta de análise os modelos teóricos de Hipocrisia Corporativa e Fachada Organizacional propostos por Cho et al (2015). Os resultados mostram a existência de razoáveis inconsistências entre o que está divulgado nos discursos analisados e as ações tomadas pelas empresas, como atitudes contrárias aos princípios de responsabilidade social e de ética empresarial. A pesquisa identificou algumas práticas impróprias, cujas características parecem evidenciar o viés arriscado de administração e governança praticado pelas empresas investigadas. Essa constatação permite concluir que os discursos dessas empresas não se mostram totalmente coerentes com a gestão tributária praticada, o que corrobora as suspeitas sobre comprometimento insuficiente com os princípios da responsabilidade social e da ética, confirmando o que é proclamado nas teorias da Hipocrisia Corporativa e da Fachada Organizacional.