Os aspectos estruturantes contemporâneos de regiões periféricas e semiperiféricas, como o Brasil, tal qual a realidade dos atores nelas inseridos, devem ser analisados com base no passado colonial do país e nos aspectos de colonialidade que se apropriam das produções sociais que influenciam nas subjetividades de tais atores. No presente artigo recorreu-se ao pensamento de Milton Santos, estudioso do terceiro mundo, a fim de responder ao objetivo geral de propor pistas epistêmicas, sob a ótica decolonial e do pensamento Miltoniano, para pesquisas nas quais sujeitos e organizações, no âmbito urbano periférico e semiperiférico global, são analisados. Para tanto, adotou-se como objetivo específico promover “diálogos” entre o pensamento Miltoniano e o de distintos autores decoloniais membros do grupo Colonialidade/Modernidade/Decolonialidade. A fim de responder a tais objetivos, utilizou-se a técnica análise de conteúdo temática para analisar as seguintes obras do autor: o espaço dividido e a natureza do espaço. Aponta-se que o pensamento Miltoniano e a ótica decolonial compartilham tanto preocupações quanto propostas de mitigação para a subordinação existente em tais regiões e, com base em tal diálogo teórico, propôs-se três pistas epistêmicas para pesquisadores relacionados à área de estudos organizacionais.