No campo da Administração, a capacidade de controlar e gerir as próprias emoções são tratadas como algo que deve ser evitado ou então domado a ponto de ser uma forte característica da empregabilidade dos trabalhadores, ganhando o nome de inteligência emocional. Seria a inteligência emocional o único caminho para se falar de emoções dentro das organizações? O presente ensaio busca compreender como as emoções têm sido estudas no campo da Administração, assim como discutir como a Sociologia das Emoções constitui uma alternativa para a compreensão das emoções no campo da Administração. Considera-se que a Sociologia das Emoções permite compreender como as questões que envolvem gênero e emoções são grandes construções sociais, e que não se pode separar o público do privado, uma vez que essas duas dimensões se interligam. Sendo assim ao abordar essa lente teórica no campo da Administração, torna-se possível desconstruir diversas questões que envolvam as temáticas relacionadas à gênero, trabalho e emoções, tais como situações que envolvem poder e divisão do trabalho baseadas no gênero, bem como compreender feminilidades e masculinidades nas organizações levando em consideração as emoções.