Última alteração: 2021-09-16
Resumo
Com o avanço da globalização e tecnologia, incluindo a evolução dos métodos contraceptivos, a mulher passou a se firmar cada dia mais no mercado de trabalho, construindo relações fora do ambiente do lar e rompendo com a restrição aos papéis de procriadora e educadora aos quais antes se restringia. Houve mudanças na estrutura familiar e nas relações conjugais. O trabalho passou a fazer parte da identidade da mulher, que desde muito jovem costuma agora iniciar suas atividades laborais. A dedicação à dimensão profissional e busca da estabilidade financeira podem levar, porém, à perda da qualidade das relações sociais e ao adiamento da maternidade, fazendo com que suas realizações se restrinjam, por vezes, às conquistas profissionais. O presente artigo tem por objetivo analisar as vivências no ambiente de trabalho de mulheres que não constituíram família. O referencial teórico é composto por dois temas que fazem parte da construção da figura da mulher na sociedade. O primeiro trata do casamento, abordando questões relativas à família e ao papel social desempenhado. O segundo aborda as conquistas e os obstáculos que costumam ser enfrentados no mercado de trabalho. A pesquisa realizada teve caráter qualitativo, sendo os dados levantados por meio de entrevistas de narrativa. Foi possível perceber que o interesse das entrevistadas está focado fortemente no trabalho, dimensão a que atribuem boa parte das conquistas e realizações de suas vidas, ele representa sua principal prioridade a ponto de prejudicar a construção de relações sociais de qualidade. Verificou-se também que, apesar das desigualdades e preconceitos vividos, as entrevistadas ainda conseguem perceber que as características femininas podem beneficiar seu desempenho no trabalho.