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Dados de mercado e pesquisas científicas apontam aumento consistente na lucratividade e no consumo de suplementos alimentares no Brasil. Embora não existam comprovações científicas de eficácia de suplementos, a pandemia de COVID-19 fez aumentar ainda mais o consumo. Por mais que exista um razoável corpo de literatura nacional e internacional sobre suplementos alimentares, a ausência de uma revisão sistemática sobre as consequências de tal consumo dificulta a compreensão de tal fenômeno. De forma a preencher tal lacuna, este artigo realizou uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional, que levantou os problemas associados ao uso de suplementos alimentares, analisando os dados por meio da Análise de Conteúdo. Advogamos aqui que é preciso usar sistemas de marketing para entender os problemas que o consumo de suplementos pode causar em distintos agentes do sistema. Como pretendeu-se focar na intervenção para apontar diretrizes para a mudança, analisamos, ainda, se as regras estabelecidas no Brasil dão conta dos problemas encontrados. Como resultados, foram encontrados muitos riscos associados (e.g., problemas quanto ao uso indiscriminado e riscos de desenvolvimento de doenças), preocupações com o consumo sem acompanhamento ou prescrição de profissional adequado, constatação de que os consumidores precisam ser educados e conscientizados para o consumo de suplementos alimentares a fim de torná-lo mais seguro, inadequabilidade dos produtos (e.g., rotulagem e contaminação). Conclui-se que a realidade atual deste problema público reflete a situação de desequilíbrio e falhas no sistema de marketing dos suplementos alimentares, e o agente mais prejudicado tende a ser o consumidor, que ainda possui racionalidade limitada para lidar com a complexidade desses produtos. Por isso, propusemos algumas intervenções.