Última alteração: 2022-11-07
Resumo
O Estado do Rio de Janeiro chegou a ser considerado o de maior taxa de letalidade do Brasil, com uma morte a cada 20 infectados de COVID-19. A primeira fase da campanha de vacinação contra a doença no estado contou com apenas 488.320 doses do imunizante. Diante da escassez de recursos, os gestores públicos têm o desafio de priorizar a distribuição das vacinas entre faixas etárias visando minimizar os impactos da mortalidade. Com isso, parece interessante identificar a que faixa etária deveria ter sido priorizada a oferta inicial da vacina no Estado do Rio de Janeiro, caracterizando o objetivo desta pesquisa é subsidiar com informações os problemas encontrados pela administração pública quanto a gestão de imunizantes. A área de estudo é o Estado do Rio de Janeiro, onde a estimativa populacional por idade foi calculada pelo método de interpolação e a distribuição do primeiro lote das vacinas foi simulada de modo proporcional nas respectivas faixas etárias. As variáveis de desempenho estudadas foram vidas salvas e anos salvos, onde foram realizadas simulações de 81 cenários distribuindo as vacinas dentre as 9 possíveis faixas etárias e variando a eficácia da vacina. Os resultados obtidos evidenciaram que ao concentrar a aplicação de vacinas disponíveis na população mais idosa, obtém-se maior quantidade de vidas salvas, independente da eficácia do imunizante. Quanto à variável anos salvos, percebe-se que a faixa populacional de 70 a 79 anos é a que apresenta resultado superior em relação às demais faixas etárias. Foi possível concluir que, à medida que consideramos mais baixa a eficácia da vacina, a balança pende cada vez menos para a última faixa etária, caminhando na direção de uma priorização de faixas anteriores.