Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre a governança corporativa e o desempenho das ações, nas dimensões retorno, risco e liquidez, das empresas brasileiras de capital aberto, com ações negociadas pela B3 entre os anos de 2010 e 2020. Como medidas para a governança corporativa, empregou-se dois índices, o IGOV e o IGOV8, que visam representar os mecanismos de governança que, segundo a literatura, podem minimizar os conflitos de agência. Além dos índices, foi considerada uma variável dummy, formada pela inclusão ou não das empresas nos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa da B3. As análises foram realizadas por meio da aplicação de testes de comparação de médias e variâncias t, F e ANOVA, com a avaliação dos desempenhos do retorno, do risco (desvio-padrão), da relação risco x retorno (índice de Traynor) e da liquidez das ações (volume de negociação). Os resultados, sobretudo aqueles obtidos a partir da análise da governança corporativa por meio do IGOV8, indicam que a qualidade da governança corporativa tem impacto positivo sobre os retornos, podendo reduzir o risco e aumentar a liquidez das ações. Esses achados, coerentes com a teoria da agência, são pertinentes tanto para as empresas quanto para os investidores, destacando a importância da boa governança corporativa para o sucesso financeiro dos investimentos.