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As ligações entre empresas que prestam serviços aos governos, sejam estes municipais, estaduais ou federais, e possíveis desvios ou mau uso de recursos públicos fazem parte do cotidiano dos noticiários nacionais há algum tempo. Recentemente, teve-se conhecimento pela mídia a Operação Lava Jato. Conforme dados do Ministério Público Federal (2016), esta Operação teve como premissa a investigação de crimes de lavagem de dinheiro relacionadas ao governo e empresários, em que são recorrentes as veiculações de nomes de empresas do setor de construção civil. As informações contábeis dessas empresas podem revelar, ou não, indícios de fraudes ou outros tipos de irregularidades, dependendo da qualidade de tais informações. Considerando que o setor de construção civil tem uma significativa importância na economia nacional, o presente estudo teve como objetivo verificar qual é o gerenciamento de resultados das empresas de construção civil envolvidas na Operação Lava Jato e as demais empresas do setor registradas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros - BM&FBovespa. A pesquisa caracterizou-se como sendo descritiva, de levantamento e quantitativa, com a análise divida em dois períodos: de 2010 à 2013, e de 2014 à 2015, em 28 empresas, divididas em dois grupos: oito que estão envolvidas na Lava Jato e outras 20 empresas do mesmo setor. Para mensurar o gerenciamento de resultados foi utilizado o modelo Pae (2005). Os resultados indicam que para o período de 2010 à 2013, a variável dummy Lava Jato é significante ao gerenciamento de resultados para aumentar os lucros. Entretanto, após o ano de 2014, com a deflagração da Operação, a manipulação para elevar lucros não é significativa nas empresas da construção civil e da Lava Jato. Especificamente também foi verificado que o desempenho tem associação positiva com o gerenciamento para reduzir lucro, justificado possivelmente pela presença da carga tributária.