FACC/UFRJ, I Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis – AdCont 2010

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Investigando Agência em Estratégia: Pluralismo, Estruturação e Co-determinação
Fernanda Filgueiras Sauerbronn, Alexandre Faria

Prédio: Universidade Cândido Mendes
Sala: Sala 3
Data: 2010-10-27 04:00  – 06:30
Última alteração: 2010-10-15

Resumo


O presente ensaio teórico tem por objetivo revisitar o conceito de agência por meio de um diálogo crítico entre as áreas de estudos organizacionais (EO) e estratégia, no sentido de propor uma teorização de caráter mais plural que desafie o monopólio da grande corporação. A argumentação dos autores fundamenta-se em três pontos principais. Primeiro, a agência é situada como objeto de central importância para a relevância da área de estratégia, correspondentemente, para as críticas mais recentes sobre a quem (e ao quê) conhecimento em estratégia serve. Segundo, revisamos o tratamento que vem sendo dispensado ao conceito de agência na área de estratégia e as possibilidades para um reconhecimento mais adequado a partir da adoção de perspectivas processuais e praxeológicas fornecidas por EO. Repensar agência no Brasil por meio de um diálogo com EO reforça de modo particular os desenvolvimentos recentes baseados na representação de estratégia como prática social. Terceiro, apresentamos um quadro teórico baseado nos conceitos de estruturação e co-determinação, como capaz de permitir o reconhecimento dos diferentes domínios de agência e estrutura e, em particular, diferentes níveis de análise. A revisão realizada nesse ensaio procura esclarecer como certas conceituações têm sido usadas e impostas pela área de estratégia. Propomos uma perspectiva pluralista capaz de reconhecer que a agência não pode simplesmente ser determinada pelo voluntarismo de ação ou pela determinação estrutural. Trata-se de uma proposta que procura superar a reprodução de problemas teóricos e ontológicos que dominam a área. Procura também promover um diálogo crítico entre as áreas de estratégia e EO, considerando que também seria bem-vindo um maior diálogo com outras disciplinas, uma vez que a interdisciplinaridade permitiria reduzir o monopólio de abordagens econômicas em estratégia.